Segurança

Bombeiros civis comemoram lei municipal, mas se preocupam com fiscalização

Joyce Noronha


Fotos: Gabriel Haesbaert (Diário)
Os bombeiros civis podem ser contratados por empresas privadas para garantir a segurança dos funcionários e da edificação 

Depois do prefeito Jorge Pozzobom sancionar a lei municipal 8.528/2017, que disciplina em Santa Maria o serviço de Bombeiro Civil para atuação em estabelecimentos privados e eventos de grande concentração de pessoas, os profissionais da área comemoram. O técnico em segurança do trabalho e bombeiro civil Cristiano Valau Soares, 31 anos, diz que a lei municipal veio para ajudar e complementar as legislações estadual e federal.

Soares explica que com a norma fica especificada a importância do trabalho do bombeiro civil, os locais de atuação, o número de profissionais para o número de pessoas por local ou evento.

- A cidade, infelizmente, tem um legado triste. Com mais profissionais auxiliando podemos evitar muitas situações, como fazer um atendimento prévio até a chegada dos bombeiros militares, ou até mesmo evitar o acionamento do Corpo de Bombeiros - diz.

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O bombeiro civil Diogne Oliveira, 33 anos, esclarece que para atuar na área é preciso fazer um curso de 320 horas e, depois, passar por uma reciclagem anual de 100 horas. Para afirmar que está com todo o treinamento em dia, a apresentação dos certificados no momento da contratação é fundamental, de acordo com o Oliveira.

Ele explica que além das contratações por empresas privadas, os profissionais destas áreas podem atuar em situações como desastres naturais (desabamentos, vendavais, chuvas fortes) ou sinistros de grande porte, caso o Corpo de Bombeiros ou a prefeitura solicitem auxílio. Oliveira conta que os colegas da WaterFire e ele trabalharam em parceria com o Executivo e os bombeiros militares no atendimento às famílias que tiveram as casas danificadas após a tempestade de 19 de outubro do ano passado.

FISCALIZAÇÃO
Apesar de ficarem felizes com a homologação da lei municipal, os bombeiros civis demonstram-se preocupados se haverá uma fiscalização para os profissionais destas áreas. O técnico em segurança do trabalho e bombeiro civil Julian Real, 29 anos, diz que na legislação não ficou definido como será o trabalho de comprovar que os profissionais que atuam na área estão aptos ao serviço. 

Real que foi uma das pessoas a auxiliar o vereador Adelar Vargas, proponente do projeto, na elaboração da lei acredita que ainda serão feitas muitas reuniões para debater de quem será a responsabilidade pela fiscalização.

- Nós queremos garantir que o trabalho na cidade siga com qualidade - esclarece Real.

"A CAPITAL DA SEGURANÇA"
O chefe do Executivo municipal Jorge Pozzobom salienta que a legislação foi sancionada para aumentar o serviço de segurança de Santa Maria. Ele diz que não é obrigatório que empresas privadas contratem os bombeiros civis, mas explica que recomenda o serviço.

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Ele cita que se um bombeiro civil atuasse na boate Kiss, provavelmente, a tragédia poderia ser evitada, pois o profissional teria informado que o extintor estava vazio, ou que a espuma do isolamento não era apropriada. 

- Hoje, se eu souber que há uma equipe de bombeiros civis em uma boate ou evento, com certeza me sento mais seguro. Por isso homologamos a lei. Queremos fazer da cidade a capital da segurança - declara Pozzobom.

Sobre a fiscalização dos profissionais, o prefeito diz que deve ser feita pela contratante. Já o proponente da lei, o vereador Adelar Vargas, o Bolinha, acredita que a fiscalização deveria ficar com o Corpo de Bombeiros Militar e a prefeitura.

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Vargas diz que é preciso que o poder público fique atento à documentação e à capacitação destes profissionais e menciona a responsabilidade deste trabalho.

- Passei um ano elaborando o projeto de lei para resguardar a população e garantir a segurança em boates, eventos com grande aglomeração de pessoas e locais de grande circulação, como shoppings. Agora temos que garantir que os profissionais são qualificados para o serviço - diz o vereador.

O QUE É UM BOMBEIRO CIVIL
Segundo os bombeiros civis da WaterFire, o profissional que atua nesta área tem como tarefas: 

  • Proteger pessoas e patrimônios de riscos de incêndio e outros incidentes
  • Inspecionar e testar equipamentos de segurança
  • Realizar salvamentos terrestres, aquáticos e em alturas e prestar primeiros socorros
  • Concentrar esforços na prevenção de acidentes em edificações, por meio de treinamento para leitura de Plano de Prevenção e Combate a Incêndio (PPCI)
  • Atuar primeiro na proteção da vida, depois na proteção do meio ambiente e do patrimônio
  • O bombeiro civil é um serviço complementar ao bombeiro militar

QUEM PODE ATUAR NESTA ÁREA

  • Qualquer pessoa que tenha condições físicas e mentais e que seja aprovado em um treinamento de 320 horas realizado em um Centro de Treinamento de Risco Avançado

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